As vezes abro um bloco de notas no meu computador e escrevo coisas tão bonitas. Talvez no momento, no calor do sentimento, tudo pareça óbvio, mas quando releio meses depois tudo parece tão poético, real e ao mesmo tempo parece que não foi comigo, mas consigo lembrar da sensação daquele sentimento.
Eu sou boba, sim eu sei. Não valorizo tão bem as minhas palavras, acho que sou uma amadora, mesmo sendo uma redatora. Parece que eu tenho medo ou vergonha das pessoas rirem das minhas palavras e não acharem boas o suficiente para toca-las. Mas cá entre nós, porque diabos eu pensei isso? Eu não preciso agradar ninguém, apenas colocar pra fora essa angústia que me consome.
Eu sou um ser estranho, ou melhor, sou mulher. Tem dias que eu acordo a pessoa mais feliz do mundo e tem dias que tudo parece um lixo. Mas confesso que cresci com isso, aprendi que não importa o que eu sinta, eu não preciso em nenhum momento disfarçar o meu “eu” dentro de mim, dar um bom dia se eu não estou em um boa dia, se for pra falar algo que seja verdadeiro. Ok, me desculpem meus dias de mau humor.
Ontem eu xinguei tanto no trânsito. Xinguei o mundo, mas sozinha, pra mim, só pra mim. Eu até gravei um áudio disso, e sabe que eu até que sou engraçada? Mas eu percebi que estava perdendo tempo da minha vida dentro de um carro fechado e com um trânsito de fezes, pra não dizer outra coisa. Falar comigo mesmo é algo que me faz melhor, me faz mais presente e corajosa.
Esses dias me perguntei, por que há séculos eu não peguei mais nenhum livro para ler? E aí eu comecei a ler um livro de romance que eu comprei há uns pares de meses e nem sequer eu abri direito. E não é de ver que quase engoli o livro em quase uma noite? Acho que hoje eu termino de ler. Mas começo a escrever a minha história, o meu livro, mesmo que nunca seja lançado, mas que faça bem para minha alma quando seja lido todas as noites.
Sentimentos, por favor, deixem a vergonha de lado. Escrever me faz bem, deixem de bobeira.